terça-feira, 23 de março de 2010

TELEVISÃO NOSSA QUE ESTAIS NA SALA...

Bem, qual não é o meu espanto quando um destes dias ao fazer zapping passei pelo SIC K! e deparo-me com aquela série a Floribela. Julgava que já tinha sido proibida, mas não.

Passado o pânico inicial, lembrei-me de um texto que em 2006 escrevi para as Noites de Humor do Púcaros, mas que por ser extenso e com as minhas falhas de memória o mais provavél era esquecer-me de metade, ficou a marinar. Agora com o blog, decidi finalmente divulgá-lo.
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Se há coisas que me preocupam é a influência que as televisões têem na formação das crianças. Andam aí todos preocupados para que todos os programas onde apareça uma fulana em lingerie, ou alguém a levar porrada tenham uma classificação para adultos e depois vem a SIC com uma série que é um hino ao Sexo, Drogas e Rock & Roll, e impingi-la às crianças à força toda. E o pior é que os pais não dizem nada.

A esta altura do campeonato já se devem ter apercebido que me estou a referir áquela maravilhosa série a Floribela, que passa três vezes por dia, que eu saiba os junkies, também se passam três vezes ao dia, e senão raciocinem comigo:

A história, uma fulana que não tem família, Dahhhh!, a maior parte dos ganzadolas também não tem família, ou pelo menos os pais dizem sempre que eles não são da família. Em segundo lugar não tem dinheiro, claro, o vício é caro!

Comecemos pela dita cuja Floribela, aqueles olhos vidrados e arregalados, não mentem. No meu tempo de juventude, qualquer miúda que andasse de saia tipo indiana ás flores, sapatilha tipo All Star e meias às riscas, fumava umas ganzas à força toda e se dissesse ser virgem, é porque estava a referir-se ao signo. Depois diz que vê fadas. Meus amigos eu apanhei mocas em que já via elefantes côr de rosa e anõezinhos em cima de cogumelos vermelhos, mas dependendo qualidade e do produto, cada um vê o que quiser.

Vocês de certeza que já viram pelo menos um episódio. Os personagens mexem-se muito pouco, dizem sempre a mesma coisa e falam muito pausadamente, tal é a bezana com que andam. Eu pessoalmente lembro-me de passar horas parado a olhar o infinito e demorar uma eternidade para dizer o que quer que fosse. Além de que nunca sabem muito bem o que querem. É compará-los com os droguímetros que infestam as nossas cidades, a única coisa que mexem, e pouco é os braços, e só dizem destroce.

Depois vivem quase todos na mesma casa, isso lembra-me aquelas comunidades em que passava férias em Amsterdão. Eram umas casas enormes em que viviam montes de malta e que pareciam o Corte Inglês, pois o pessoal arrumava-se por andares. No rés do chão os gajos da heroa, pois com a moca não conseguiam subir as escadas e com a ressaca não atinavam com elas para descer. No primeiro andar o pessoal da coca e finalmente no sotão o pessoal do haxixe, pois além de ser uma droga leve e não trazer problemas para a “placa”, fornecia as condições ideais de luz e temperatura para as plantações caseiras.

Temos também o cromo do Frederico, o dono da casa. É o verdadeiro exemplar de um yupie viciado em coca, basta olhar para ele. Penteadinho à casa pia e aquela cor de cabelo não se usa, a não ser que um gajo ande todo fodido, nunca sabe o que quer e não diz nada de jeito. Além de que anda sempre a falar ao telemóvel, deve ser com o dealer da zona. - Ó meu, a gaja está outra vez toda à toa, vê-lá se orientas qualquer coisa que eu já não a consigo aturar.

Isto já para não falar na quantidade de putos que andam por ali, que mais não são do que os vigias e os estafetas. Toda a gente já viu ou ouviu histórias sobre isso.

E se repararem bem a série é também uma ode à cultura do amor livre, pois ela está sempre à espera que o Frederico lhe salte à espinha, ele quer-lhe saltar à espinha, mas acaba por se meter alguém pelo meio. Mas não desistem.

Para ajudar à festa tem uma banda rock residente e toda a gente sabe como são os músicos rock. Uns verdadeiros meninos da catequese, não fumam, não bebem, não fo..., aliás basta ver os Rolling Stones, que não passam de um grupo de velhinhos respeitáveis. E se olharem bem para o baterista, vão conhecê-lo, já foi aluno do “Colégio da Barra” (Morangos com Açucar) e foi expulso. Pudera a única coisa que fazia era ser gerente de um bar e o DJ da rádio do colégio, e todos sabemos no que isso dá. Como tal, foi parar à Floribela.

Meus amigos e depois a classificação que esta série recebe é Para Todos, claro como o governo vai finalmente inaugurar as salas de injecção assistida, que não é mais do que um anfiteatro onde está um gajo no palco a injectar-se e uma data de mirones a assistir, Tem que arranjar clientes para as ditas cujas e se repararem bem, não vai ser difícil, basta ver a quantidade de viciados nesta série que andam por aí.

E o que mais me preocupa é que os pais andam todos contentes e até compram o merdachising da floribela às toneladas, que qualquer dia incluí a seringa da floribela, o garrote da floribela, as mortalhas da floribela. Este mundo anda mesmo a dormir.

2 comentários:

  1. Muito bom, foi pena não o levares avante!

    "mas dependendo qualidade e do produto, cada um vê o que quiser." LOLOL, tá forte

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